Eu queria entrar na fila do McDonalds e pedir uma coxinha com catupiry com suco de goiaba, ou algo parecido.
Acho que se eu fizesse isso, ia desestruturar todo aquele “sistema” pré-programado da logística fantástica dessa lanchonete.
A máquina registradora ia entrar em curto-circuito; a “trainee” do caixa ia ficar desesperada; a gerente ia ligar para a matriz, em algum lugar de Massachusetts oriental... Melhor eu não fazer isso!
Será que já passou pela cabeça de alguém pedir um Cheddar com o bife mal passado? E um McChiken com ovo? Por quê não fazem fritas redondinhas, como em qualquer restaurante do Brasil? Deixa pra lá...
Não duvido nada, daqui a pouco eles vão querer vender cigarretes...
O problema com o McDonald´s, é que eles têm o poder de “tirar a graça” das coisas. A cigarrete ia perder o “glamour” se fosse vendida por eles. Ia ser uma cigarrete politicamente correta, sem graça. Um cigarrete “photoshopada”. E ia ganhar logo um número, pra perder o romantismo e virar “mercadoria”. A cigarrete está para o McDonald´s assim como Fátima Bernardes está para a Rede Globo. Mas isso é outra história...
McDonalds e suas promoções... (promoções?!) Que gosto tem um número 3? Será que o número 7 dá indigestão? Vai entender! As promoções poderiam ter nomes mais “comestíveis” ao invés de números. O número 2 deve arranhar a goela da gente, não?! E o 44?
O McDonalds podia me processar. Pelo menos meu blog ia ganhar visibilidade! Imagina eu ser “demandado” judicialmente por Ronald McDonald e sua turma! Enfrentar aquele palhaço numa audiência deve dar medo! Eta, bicho feio!
Quando eu entro numa lanchonete do McDonald´s, fico pensando se quem decorou aquilo lá usava ácido. Aquelas cores, os desenhos, personagens de tudo quanto é tipo; e aqueles atendentes pré-programados... Tudo conspira por uma viagem transcendental. Woodstock é “fichinha” para o McDonald´s.
Nos anos 80, havia um seriado chamado “Super Vicky” na televisão. Vicky era uma “menina-robô”, uma espécie de “cyborg” (misto de robô com ser humano) que parecia confusa diante do mundo das emoções.
A decoração do McDonald´s deve ser uma ferramenta para nos hipotizar e nos transformar nas “Super Vickies” do consumo. Assim, um dia não saberemos mais o que é McChiken e o o que é Cheddar; não saberemos o que é Coca-Cola e o que é suco de laranja. Porque tudo vai ter o mesmo gosto. Só seremos consumidores. Ganharemos números e abriremos mão de nossos nomes. E entraremos na viagem que começará através dos diversos símbolos aparentemente inofensivos daquela lanchonete psicodélica. Onde ela vai nos levar? Isso eu não sei dizer! Pergunte ao Ronald McDonald!