domingo, 22 de agosto de 2010

McDia Maluco

mcdonalds-02 Eu queria entrar na fila do McDonalds e pedir uma coxinha com catupiry com suco de goiaba, ou algo parecido.

Acho que se eu fizesse isso, ia desestruturar todo aquele “sistema” pré-programado da logística fantástica dessa lanchonete.

A máquina registradora ia entrar em curto-circuito; a “trainee” do caixa ia ficar desesperada; a gerente ia ligar para a matriz, em algum lugar de Massachusetts oriental... Melhor eu não fazer isso!

Será que já passou pela cabeça de alguém pedir um Cheddar com o bife mal passado? E um McChiken com ovo? Por quê não fazem fritas redondinhas, como em qualquer restaurante do Brasil? Deixa pra lá...

Não duvido nada, daqui a pouco eles vão querer vender cigarretes...

O problema com o McDonald´s, é que eles têm o poder de “tirar a graça” das coisas. A cigarrete ia perder o “glamour” se fosse vendida por eles. Ia ser uma cigarrete politicamente correta, sem graça. Um cigarrete “photoshopada”. E ia ganhar logo um número, pra perder o romantismo e virar “mercadoria”. A cigarrete está para o McDonald´s assim como Fátima Bernardes está para a Rede Globo. Mas isso é outra história...

McDonalds e suas promoções... (promoções?!) Que gosto tem um número 3? Será que o número 7 dá indigestão? Vai entender! As promoções poderiam ter nomes mais “comestíveis” ao invés de números. O número 2 deve arranhar a goela da gente, não?! E o 44?

O McDonalds podia me processar. Pelo menos meu blog ia ganhar visibilidade! Imagina eu ser “demandado” judicialmente por Ronald McDonald e sua turma! Enfrentar aquele palhaço numa audiência deve dar medo! Eta, bicho feio!

Quando eu entro numa lanchonete do McDonald´s, fico pensando se quem decorou aquilo lá usava ácido. Aquelas cores, os desenhos, personagens de tudo quanto é tipo; e aqueles atendentes pré-programados... Tudo conspira por uma viagem transcendental. Woodstock é “fichinha” para o McDonald´s.

Nos anos 80, havia um seriado chamado “Super Vicky” na televisão. Vicky era uma “menina-robô”, uma espécie de “cyborg” (misto de robô com ser humano) que parecia confusa diante do mundo das emoções.

A decoração do McDonald´s deve ser uma ferramenta para nos hipotizar e nos transformar nas “Super Vickies” do consumo. Assim, um dia não saberemos mais o que é McChiken e o o que é Cheddar; não saberemos o que é Coca-Cola e o que é suco de laranja. Porque tudo vai ter o mesmo gosto. Só seremos consumidores. Ganharemos números e abriremos mão de nossos nomes. E entraremos na viagem que começará através dos diversos símbolos aparentemente inofensivos daquela lanchonete psicodélica. Onde ela vai nos levar? Isso eu não sei dizer! Pergunte ao Ronald McDonald!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A juventude


A juventude tem cara de “de manhã”. Por mais que o tempo passe, a juventude mantém a mesma aparência.
O que acontece, é que a juventude é estática. Ela ta sempre lá. O que muda, são as pessoas que compõem essa juventude.
Por isso, eu sempre penso que os movimentos das pessoas, as manifestações, a coletividade, tudo isso faz o “bando” de gente que compõe o mundo, muito mais importante que qualquer personalidade individual.
Em outras palavras, eu acho que o curso da história é muito mais importante que qualquer personagem. Quem seríamos nós se Pedro Álvares Cabral não tivesse descoberto o Brasil? Seríamos os mesmos, porque um outro cara teria descoberto. O mundo é assim: ninguém é insubstituível.
É essa a “mensagem” que a juventude me passa. Porque a juventude tem a cara de quem acaba de acordar de manhã.
À medida que o tempo passa, a gente vê que a eleição é mais importante do que quem é eleito; e que a corrida é mais importante que os corredores... Prova disso, é que os nomes passam; e os fatos ficam. Os nomes passam a ser detalhes; e os fatos, história.
Todo mundo um dia vai embora daqui; não sei pra onde, mas vai. E mesmo assim, o mundo continua. O mundo sobrevive a nós. A gente só interfere um pouco no curso da história, mas a gente “desembarca” algum dia, por assim dizer, e a “embarcação” segue viagem.
Eu vejo a juventude como a expressão mais forte de qualquer rito de passagem. Acredito que é porque a juventude tem “cara de ‘de manhã’”, mesmo.
Além disso, existe na juventude um resquício de uma despedida... que ainda não foi; mas com certeza, será.